A justificação é o ato pelo qual um pecador é declarado “justo” por Deus. Uma vez que todos pecaram, cada pessoa necessita da graça da justificação para a salvação. A questão é: onde está registado o nosso pecado e como pode ser limpo?

Quando examinamos onde o pecado está registado, encontramos em Jeremias 17:1: “O pecado de Judá está escrito com pena de ferro; com ponta de diamante está gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares.” Isto diz-nos que o pecado está escrito tanto no coração como nas pontas do altar. Mas como é que o pecado de Judá se relaciona connosco?

Sabemos que o nosso Senhor veio da tribo de Judá (Heb. 7:14). Além disso, o nome de Jesus significa: “Ele salvará o Seu povo dos seus pecados” (Mt 1:21). Portanto, para sermos salvos por Jesus, devemos de alguma forma estar ligados à tribo de Judá. A Bíblia deixa claro que, espiritualmente falando, aqueles que pertencem a Cristo são descendentes de Abraão: “Se sois de Cristo, sois descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3:29). Além disso, não é a aparência exterior de ser judeu que importa – “Não é judeu quem o é apenas exteriormente” – mas sim aqueles que são transformados interiormente, aqueles que pertencem a Cristo, são os verdadeiros descendentes de Judá (Rom. 2:28-29).

Assim, espiritualmente falando, o “pecado de Judá” representa o nosso pecado.

Dizem-nos que o pecado está gravado tanto nas tábuas do nosso coração como nas pontas do altar. Então, como é que esse pecado pode ser removido? As Escrituras dizem-nos que o pecado é expiado quando o sangue é aspergido no altar. A razão para isso é encontrada em Levítico 17:11, onde diz: “Porque a vida da carne está no sangue, e eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas, porque é o sangue que faz expiação pela vida.” Da mesma forma, Hebreus 9:22 diz: “Sem derramamento de sangue, não há perdão de pecados”.

Em Levítico 16, vemos como se desenrola este processo de expiação. O sumo sacerdote abatia um touro e um bode e, depois, pegava no sangue e aplicava-o nas quatro pontas do altar. Aspergiria o sangue sete vezes sobre o altar para o consagrar. O salário do pecado é a morte, pelo que a aspersão do sangue – que representa a vida – significa a morte que o pecador merece.

Depois disso, o sumo sacerdote impunha as mãos sobre a cabeça do bode expiatório (Azazel), confessando sobre ele todos os pecados do povo. O bode era então enviado para o deserto, simbolizando a remoção dos pecados do povo, uma vez que o bode os levava para um lugar desolado. Isto demonstra claramente o conceito de substituição, em que o bode expiatório carrega os pecados do povo e é enviado para morrer no deserto.

Porque é que hoje já não seguimos os métodos do Antigo Testamento para limpar o pecado? É porque essas práticas eram apenas uma sombra da realidade que estava por vir. O sangue de touros e bodes nunca poderia verdadeiramente tirar pecados, pois eram apenas uma sombra das coisas boas que estavam por vir (Hb 10:1-4). Então, qual é a realidade por trás da sombra? É Jesus Cristo (Heb. 10:9-10).

Jesus, em relação aos nossos pecados, é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo – o verdadeiro Azazel ou bode expiatório (João 1:29: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”), e Ele é também o Cordeiro Pascal (1 Cor. 5:7: “Porque Cristo, nosso cordeiro pascal, foi sacrificado”). Ele é o sacrifício expiatório (Rom. 3:25: “Deus apresentou Cristo como sacrifício expiatório, mediante o derramamento do Seu sangue, para ser recebido pela fé. Ele fez isto para demonstrar a Sua justiça, porque, na Sua tolerância, tinha deixado impunes os pecados cometidos anteriormente”), e tornou-se o resgate de muitos (Marcos 10:45: “Porque também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos”).

Os sacrifícios oferecidos a Deus devem ser sem mácula. Então, o que dizer de Jesus? Ele é sem pecado (Heb. 4:15, 1 João 3:5, 2 Cor. 5:21), e Ele é como um cordeiro sem mancha ou defeito (Heb. 9:14, 1 Ped. 1:19). Ele não cometeu nenhum pecado, não se encontrou nenhum engano na Sua boca, Ele não retaliou quando insultado, e Ele não ameaçou, mas confiou-Se a Deus (1 Ped. 2:22-23).

Então, o que é que o sangue deste Jesus perfeito e sem mácula realiza? Traz o perdão dos pecados (Mat. 26:28, Ef. 1:7), é a verdadeira bebida (João 6:53-56), justifica-nos (Rom. 5:9), traz paz com Deus (Col. 1:20), dá-nos acesso ao Lugar Santíssimo (Heb. 10:19), santifica-nos (Heb. 13:12), limpa a nossa consciência para que possamos servir a Deus (Heb. 9:14), traz redenção (1 Ped. 1:18-19), purifica-nos de todo o pecado (1 João 1:7), liberta-nos do pecado (Apoc. 1:5), compra-nos para Deus (Apoc. 5:9), lava e branqueia as nossas vestes (Apoc. 7:14), e permite-nos vencer Satanás (Apoc. 12:11).

Através destas Escrituras, podemos compreender o poder e a autoridade do sangue de Jesus. É através do Seu sangue que experimentamos o seu impacto pleno e transformador.

A morte e a ressurreição de Jesus Cristo são o cerne da fé cristã. Então, o que é que a morte de Jesus na cruz, o Seu derramamento de sangue, tem a ver comigo pessoalmente? Está diretamente relacionada com as minhas transgressões. Como diz Romanos 4:25, “Ele foi entregue à morte pelos nossos pecados”. A ressurreição de Jesus – o seu ressurgimento dos mortos – também tem uma ligação pessoal comigo. O mesmo versículo continua: “Ressuscitou para a vida para nossa justificação”.

Aqui vemos que a doutrina da justificação está diretamente ligada à ressurreição de Jesus. Portanto, a justificação não pode ser totalmente explicada apenas por uma teologia da cruz. Tem de incluir também uma teologia da ressurreição para ser completa. No entanto, historicamente, temos tentado muitas vezes explicar a justificação apenas através da lente da cruz. Isso, em parte, abriu a porta para perspectivas teológicas como o pluralismo religioso e a teologia pós-moderna entrarem na igreja.

Em 1 Coríntios 15:17, diz: “Se Cristo não ressuscitou, a vossa fé é vã; ainda estais nos vossos pecados.” Isto significa que, se Jesus não tivesse ressuscitado, então a nossa fé no Seu sacrifício – a Sua morte na cruz pelos nossos pecados – não teria sentido e os nossos pecados permaneceriam connosco. Porquê? Porque, embora o sangue da expiação tenha sido derramado na cruz, sem a ressurreição, não haveria sumo sacerdote para aplicar esse sangue a cada pessoa. Nossos pecados, portanto, permaneceriam.

Então, quem é que tem autoridade para aspergir o sangue? Deus deu essa autoridade ao sumo sacerdote. No que diz respeito aos nossos pecados, Deus concedeu essa autoridade sacerdotal ao Cristo ressuscitado (Heb. 2:17-3:1, 4:14-15, 5:6-10). Este é um tema central do livro de Hebreus.

Então, qual é a fé a que nos devemos agarrar firmemente? Acreditamos que Jesus Cristo derramou o Seu sangue pelos nossos pecados na cruz, ressuscitou dos mortos para nos justificar e ascendeu ao céu, onde agora serve como nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial (Heb. 4:14-16, 9:24).

Então, como é que podemos participar na aspersão de sangue para sermos justificados? Uma vez que estas coisas são espirituais, não são cerimónias que possamos observar com os nossos olhos físicos. Só podemos participar na aspersão do sangue pela fé. É por isso que as Escrituras dizem que, pela fé, Moisés guardou a Páscoa e a aspersão do sangue (Heb. 11:28).

Da mesma forma, pela fé, podemos aproximar-nos do nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial (Ef. 2:6), dizendo: “Sou um pecador que merece julgamento, mas por favor, Senhor, tem misericórdia de mim através do Teu sangue”.

E onde é que o nosso Sumo Sacerdote, Jesus, asperge o Seu sangue? Ele asperge-o nos nossos corações. Hebreus 10:22 diz: “Aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com a plena certeza que a fé traz, tendo os nossos corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada e tendo os nossos corpos lavados com água pura” (Heb. 10:22, Ex. 12:7).

Porque é que o sangue é aspergido sobre o coração? Porque é aí que está registado o pecado (Jer. 17:1).

Sabe que foi escolhido para receber a aspersão do sangue de Jesus Cristo? 1 Pedro 1:2 diz: “Para os que foram escolhidos segundo a presciência de Deus Pai, pela ação santificadora do Espírito, para serem obedientes a Jesus Cristo e aspergidos com o seu sangue.”

E sabe o que é que Jesus faz por aqueles que são aspergidos com o Seu sangue? Ele compra-os com o Seu sangue e apresenta-os a Deus. Apocalipse 5:9 diz-nos: “Com o Teu sangue compraste o povo para Deus”. Actos 20:28 diz ainda: “A igreja de Deus, que Ele comprou com o Seu próprio sangue”, e 1 Coríntios 6:19-20 acrescenta: “Vós não sois de vós mesmos; fostes comprados por preço”.

Então, a quem pertencem aqueles que receberam a graça da justificação? Pertencem a Jesus Cristo (Rom. 1:5-6, 1 Ped. 2:9). O que é que chamamos à consciência de alguém que usa algo que não é seu como se fosse seu? Chamar-lhe-íamos errado ou mesmo mau.

Então, o que acontece com a consciência de uma pessoa quando ela recebe a graça da aspersão do sangue? Recebe uma consciência boa e pura (Heb. 10:22, 9:14). E o que é uma boa consciência? É o reconhecimento honesto de que eu não sou meu, mas pertenço ao Senhor. A evidência disso é a certeza de que não vivo mais para a minha própria vontade, mas existo unicamente para cumprir a vontade de Deus.

Mesmo que não viva de acordo com a sua própria vontade, deseja receber a graça da aspersão do sangue de Jesus Cristo? Se sim, tem provas de que recebeu essa aspersão de Cristo? Se não tiver essa prova, não pode escapar ao julgamento do inferno.

De acordo com John Wesley, mesmo que pratique diligentemente os meios da graça – como a oração, o jejum, o estudo da Bíblia, a doação aos pobres e a comunhão com os santos – e mesmo que evite o mal, se esforce por manter uma consciência limpa, combata o bom combate, acredite que a Bíblia é a Palavra de Deus e tenha sido batizado, ainda é possível ser apenas um quase cristão se não tiver recebido a graça da aspersão do sangue de Cristo. Wesley diz que mesmo ocupando uma posição de liderança na igreja ou sendo um clérigo não é suficiente. Para ser um cristão completo, tem de ter provas de que recebeu a graça do sangue de Cristo.

Que prova é essa? É ter uma boa consciência, o que significa que já não vive de acordo com a sua própria vontade, porque morreu com Cristo na cruz. Significa também que o Espírito Santo habita em si e que vive em obediência à Palavra de Deus, à medida que o Espírito lha recorda. Isto é o que significa viver uma vida santificada.

Sem a garantia da graça da justificação, viver uma vida santificada permanece apenas um ideal – algo que parece inatingível e sem relação com a nossa experiência pessoal. Podemos não querer discutir, mas se ainda estivermos “vivos” para nós próprios, entraremos inevitavelmente em conflito quando as coisas não correrem como queremos, optando por não nos submetermos à Palavra de Deus. Isto leva à divisão. Podemos pregar sermões que dizem: “Não julgues o teu irmão”, como ensina a Escritura, mas se não estivermos verdadeiramente mortos para nós próprios, acabaremos por condenar e julgar os nossos irmãos. É inevitável, porque a graça da justificação é o que nos liberta do pecado.

Por outras palavras, a santificação não é algo que se consegue apenas através do esforço. É um dom de Deus que se segue à justificação. Não nos devemos esquecer disto. Como disse o apóstolo Paulo: “Pela graça de Deus, sou o que sou” (1 Cor. 15:10).

O que aconteceu ao pecado que estava gravado nos chifres do altar? O altar que simbolizava a sombra do que estava para vir encontra a sua realidade na cruz. A cruz é o altar, e o sangue de Cristo foi aspergido nos seus quatro cantos. Portanto, o pecado de Judá – ou seja, o pecado daqueles que pertencem a Cristo – foi apagado.

Se não nos agarrarmos firmemente à nossa fé em Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote ressuscitado, podemos cair no erro de acreditar que o amor de Deus, por causa do sofrimento de Cristo, perdoou os pecados de toda a gente e, portanto, todas as pessoas serão salvas. Este mal-entendido afasta o cristianismo da verdade de que o sangue de Jesus deve ser aplicado ao coração de cada pessoa. Em vez disso, o cristianismo transforma-se numa religião centrada apenas em questões sociais como a justiça e a ética.

A prova disso é que, em vez de pregar o Evangelho, as pessoas começam a usar a lei para condenar, julgar e até “matar” pecadores em nome da justiça. Mas o que é que a Bíblia diz sobre isso? (Rom. 2:1-5, Tiago 4:11-12).

O que é o Evangelho? É Jesus Cristo. Ele morreu na cruz para nos salvar dos nossos pecados e ressuscitou para nos justificar. O Evangelho é o seguinte: quem, pela fé, reconhecer os seus pecados e orar pela salvação, o Senhor aspergirá o Seu sangue sobre o seu coração, tornando-o justo e apresentando-o a Deus como Seu, santificado para os Seus propósitos.

Porque aqueles que recebem a aspersão do sangue de Jesus pela fé pertencem a Deus, não podem viver de acordo com a sua própria vontade. Em vez disso, partilham uma confissão comum de que viverão de acordo com a vontade do Senhor. O Espírito Santo então trabalha através das suas vidas, revelando-os como o corpo de Cristo, o sal e a luz do mundo, dando-lhes poder para levar a salvação ao mundo.

No entanto, muitos dos que se identificam com o evangelicalismo têm dado ênfase a uma vida santificada sem a garantia bíblica da graça da justificação. Como resultado, o Evangelho transformou-se em lei, levando as pessoas a julgarem-se e a criticarem-se umas às outras. Testemunhando como o cristianismo estava a tornar-se mais secular, aqueles que se opuseram a este movimento abriram a porta a um novo horizonte teológico – um horizonte ligado ao pluralismo religioso e à teologia pós-moderna.

Estes teólogos argumentam que a doutrina da justificação corrompeu o cristianismo. Em resposta, introduziram o conceito de “Jesus histórico” e afirmaram que o nascimento virginal de Jesus foi uma criação destinada a elevá-lo acima de César Augusto, que também era chamado de filho de Deus e salvador naquela época. Argumentam ainda que a ressurreição de Jesus era originalmente um símbolo coletivo dos justos que viveram justamente e foram martirizados pela sua fé, mas que a igreja mais tarde a elevou a uma ressurreição centrada apenas na pessoa individual de Jesus. Por conseguinte, afirmam que o verdadeiro significado da ressurreição de Jesus se encontra na busca da justiça e do amor por parte da comunidade.

Assim, negam subtilmente a confissão de que Jesus é o Salvador e, em vez disso, concentram-se na ideia de que viver de acordo com o espírito de Jesus é o que constitui a salvação. Por outras palavras, tratam a doutrina da justificação como uma relíquia desactualizada que já não tem eco nas pessoas modernas. Estes teólogos usam a opinião pública para se apresentarem como tendo uma vida mais correta do que aqueles que se identificam com o evangelicalismo. Além disso, eles deram contribuições significativas para o campo da ecoteologia e, como resultado, muitas pessoas se alinharam com seus pontos de vista, afastando-se do caminho evangélico.

Neste clima teológico global, onde tais ideias estão a espalhar-se abertamente, o estabelecimento de uma doutrina bíblica da justificação é urgentemente necessário. Uma vez que nosso Senhor Jesus Cristo venceu Satanás na cruz, onde e quando a mensagem central do Evangelho – a justificação – for claramente proclamada, o poder de Satanás para distorcer o Evangelho será tornado impotente.

De acordo com as Escrituras, tudo o que toca num altar santificado torna-se santo e deve ser oferecido a Deus. Se assim for, então a cruz de Cristo, santificada pelo Seu sangue, santifica tudo o que nela toca. Portanto, como Paulo confessou, “Já estou crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20). Se alguém pode fazer esta confissão, foi tocado pela cruz de Cristo e, portanto, foi santificado. Esta é também uma confissão de que recebeu a graça da justificação.

Então, o que é a santidade? Santidade significa ser oferecido a Deus. Tudo o que é entregue a Deus torna-se santo.

Como devemos então viver, tendo sido santificados? O apóstolo Paulo declara com firmeza: “Havemos de pecar, porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum!” (Rom. 6:15). De facto, consegue imaginar-se a cometer um pecado, mesmo que alguém lhe oferecesse milhões de dólares para prejudicar o seu próximo? Poderia prestar falso testemunho para prejudicar outra pessoa? Uma vez que recebeu a graça da justificação, o pecado já não tem domínio sobre si (Rom. 6:14: “Porque o pecado já não será o vosso senhor, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça”).

João diz-nos: “Ninguém que vive n’Ele continua a pecar. Ninguém que continue a pecar O viu ou O conheceu. Queridos filhos, não se deixem enganar por ninguém. Aquele que faz o que é correto é justo, tal como Ele é justo. Aquele que faz o que é pecado é do demónio, porque o demónio peca desde o princípio. A razão pela qual o Filho de Deus apareceu foi para destruir a obra do diabo. Quem é nascido de Deus não continua a pecar, porque a semente de Deus permanece nele; não pode continuar a pecar, porque é nascido de Deus” (1 João 3,6-9).

Então, porque é que o apóstolo Paulo diz: “Embora queira fazer o bem, o mal está ao meu lado. Porque, no meu íntimo, tenho prazer na lei de Deus, mas vejo que outra lei actua em mim, combatendo a lei do meu entendimento e fazendo-me prisioneiro da lei do pecado que actua em mim” (Rom. 7:21-25)?

Antes de conhecer mandamentos como “Não cobice” ou “Não julgue”, eu não considerava essas ações como pecado. Vivia a minha vida a julgar e a condenar os outros como me apetecia (Rom. 7:9). Isso era quando eu estava “vivo” em mim mesmo. Mas quando aprendi os mandamentos, percebi que essas acções eram pecado. Então, tentei parar de cometer esses pecados, mas o pecado continuou a dominar-me, e dei por mim ainda a julgar os outros. Isso significava que eu ainda estava a pecar. E como o salário do pecado é a morte, percebi que, nesse estado, eu estava caminhando para a morte. Assim, a lei, em vez de me conduzir à vida, conduziu-me à morte (Rom. 7:11). Mais precisamente, a lei fez-me tomar consciência de que sou um pecador destinado à morte.

O facto de eu continuar a pecar mostra que me tinha tornado escravo do pecado. Isto significa que fui vendido sob o pecado, preso à minha carne (Rom. 7:14).

Jesus é aquele que me compra da escravidão do pecado, oferecendo o Seu próprio sangue como preço, e apresenta-me a Deus. Quando isso acontece, sou libertado da escravidão do pecado. O Espírito Santo vem então habitar em mim. Antes de o Espírito Santo habitar em mim, eu pertencia à carne e era escravo da lei do pecado. Mas quando o Espírito Santo passa a habitar em mim, eu começo a viver no Espírito. A partir desse momento, vivo segundo o Espírito. Devo continuar a pecar? De modo algum!

Por outras palavras, Romanos 7 descreve a luta de um cristão que ainda está na carne. Mas Romanos 8 declara a vitória daqueles que, através de Jesus Cristo, receberam a graça da justificação e agora vivem no Espírito.

A Escritura diz-nos: “Porque andamos por fé, e não por vista” (2 Cor. 5:7). Nosso Senhor Jesus também disse: “Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os cegos vejam e os que vêem se tornem cegos… Se fôsseis cegos, não seríeis culpados de pecado; mas agora que dizeis que podeis ver, a vossa culpa permanece” (João 9:39-41). Além disso, está escrito: “O justo viverá pela fé” (Heb. 10:38).

Por isso, não somos pessoas que julgam e vivem pelo que vêem. Em vez disso, somos aqueles que andam pela fé, falando à medida que o Espírito Santo nos recorda a Palavra de Deus nos nossos corações, e obedecendo a essa Palavra. Por outras palavras, servimos como o corpo de Cristo, dando vida aos outros e cumprindo a Sua missão.

Se os cristãos construírem os seus alicerces sobre esta doutrina bíblica da justificação, estou confiante de que o cristianismo será considerado como o sal e a luz do mundo.

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