Mantenha um verdadeiro Dia de Ação de Graças
Escritura: 1 João 4:20
Aleluia! Que o nosso Senhor aceite o culto de Ação de Graças que oferecemos e derrame ricamente a Sua graça sobre todos nós. À medida que nos aproximamos do Dia de Ação de Graças esta semana, tenho refletido e rezado sobre a mensagem que o nosso Senhor nos poderá estar a dar relativamente a esta ocasião especial. A partir destas reflexões, organizei os meus pensamentos da seguinte forma: Primeiro, por que razão devemos celebrar o Dia de Ação de Graças? Segundo, em que é que a Ação de Graças oferecida pelos cristãos é diferente da das outras religiões? Terceiro, o que é que Deus nos revela através da Ação de Graças? Com base nestes três pontos, gostaria de partilhar a mensagem que Deus nos transmite. Que a mensagem de hoje lhe traga alegria e bênçãos, e que seja um momento em que a sua alma se regozije na Sua graça.
Em primeiro lugar, porque é que devemos celebrar o Dia de Ação de Graças?
O Dia de Ação de Graças é um momento para exprimirmos a nossa sincera gratidão a Deus, que nos tem fornecido abundantemente colheitas e produtos. Alguns poderão pensar: “A colheita não é o trabalho dos agricultores? Então, o culto de Ação de Graças não se destina apenas a eles?” No entanto, não é esse o caso. É Deus quem dá a vida através das colheitas, e tanto os agricultores como os não agricultores dependem dessas colheitas para o seu sustento. O benefício dos produtos agrícolas é partilhado igualmente entre todos.
Os agricultores trabalham arduamente para produzir colheitas, vendê-las e utilizar os ganhos para comprar o que precisam. Por outro lado, os que não são agricultores ganham dinheiro com o seu trabalho e utilizam-no para comprar produtos agrícolas e outros bens de primeira necessidade.
No entanto, os alimentos que comemos não são apenas o resultado do trabalho humano. É um dom da vida que nos é dado gratuitamente por Deus. O dinheiro que pagamos pelos alimentos é apenas uma compensação pelos esforços dos agricultores, transportadores e comerciantes. As colheitas, a carne, o marisco e todos os outros alimentos que consumimos são dádivas da vida que Deus graciosamente nos proporciona. Por isso, a diferença entre os que acreditam em Deus e os que não acreditam revela-se no facto de fazerem ou não uma oração de agradecimento antes de comer.
Por exemplo, pense em comprar uma maçã por um dólar. Muitos poderão pensar: “Paguei um preço justo, por isso não há razão para estar grato”. Mas será que pagou realmente o preço total? A resposta é não. O dinheiro pago cobre o trabalho das pessoas envolvidas, mas não inclui o valor da maçã como uma criação viva. E esse custo não pode ser incluído. Deus, na Sua sabedoria, sustenta as nossas vidas através de outros seres vivos. Como podemos não ser gratos quando nos damos conta dessa verdade?
Por isso, o Dia de Ação de Graças não é um dia de gratidão reservado apenas aos agricultores – é um momento para todos expressarem a sua gratidão a Deus.
Em segundo lugar, em que é que a Ação de Graças oferecida pelos cristãos é diferente da das outras religiões?
Há uma distinção clara. Para agradecer verdadeiramente ao Deus invisível, temos também de expressar a nossa gratidão aos irmãos e irmãs que Deus colocou nas nossas vidas. 1 João 4:20 diz: “Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, e odiar o seu irmão, é mentiroso; porque aquele que não ama o seu irmão, a quem viu, não pode amar a Deus, a quem não viu.” Deste versículo, podemos deduzir o seguinte princípio: “Se alguém diz: ‘Dou graças a Deus’, mas guarda queixas e rancores contra o seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não pode expressar gratidão ao seu irmão, a quem pode ver, não pode verdadeiramente agradecer a Deus, a quem não pode ver.” Este princípio é ainda confirmado por Mateus 25:40: “Em verdade vos digo que, como o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”, e Mateus 10:40: “Quem vos recebe a vós, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou”. Jesus identifica-se com aqueles que acreditam n’Ele, mostrando que a forma como tratamos os outros reflecte a forma como tratamos Deus.
Espiritualmente falando, expressar gratidão aos nossos irmãos e irmãs é equivalente a agradecer a Deus. Do mesmo modo, odiar um irmão ou uma irmã equivale a odiar Deus. Amar os outros é uma parte essencial do amor a Deus. Esta é uma caraterística única da fé cristã que a distingue das outras religiões. A nossa relação com Deus não é apenas uma relação vertical, de um para um. Algumas pessoas concentram-se apenas na sua relação vertical com Deus, esforçando-se por oferecer-Lhe o seu melhor. Até os não crentes fazem isso com os seus deuses. No entanto, Jesus enfatizou que a perspetiva de Deus inclui tanto as relações verticais como as horizontais.
Quando o jovem rico perguntou a Jesus: “Que devo fazer para herdar a vida eterna? Jesus não falou de mandamentos relativos a uma relação vertical com Deus, mas concentrou-se apenas nos mandamentos relativos a relações horizontais. Isto mostra que a fé da cruz inclui as nossas relações com os outros, e que a ação de graças a Deus não pode ser separada da ação de graças aos nossos irmãos e irmãs. Como disse Jesus: “Não podeis amar o Deus que não vistes, se não amardes o irmão que vistes”.
Por isso, a verdadeira ação de graças deve incluir a expressão de gratidão para com os outros. Reconhecendo que a vida que nos foi dada por Deus chega até nós através das mãos de muitas pessoas, devemos expressar gratidão a todos os que desempenharam um papel no sustento das nossas vidas. Só assim a nossa Ação de Graças pode ser completa. Digamos uns aos outros: “Obrigado”, e partilhemos a nossa gratidão. Vire-se para a pessoa ao seu lado e diga: “Estou feliz e agradecido por sua causa”. Especialmente no seio das famílias – entre maridos e mulheres e entre pais e filhos – expressar frequentemente palavras de gratidão pode resolver muitos problemas de forma natural.
Um lar e uma comunidade cheios de gratidão e amor não deixam espaço para o diabo interferir. Uma vida de completa ação de graças a Deus começa com um coração que agradece primeiro aos outros. Que esta verdade esteja profundamente enraizada no seu coração, e só então, como Jesus instruiu, traga as suas ofertas para o altar.
Mas eis a questão: Devemos dar graças mesmo àqueles que parecem impossíveis de agradecer?
A resposta é sim. Como é que podemos agradecer quando somos repetidamente magoados pelas palavras das pessoas que nos são mais próximas, ou quando sentimos uma profunda desilusão, raiva ou frustração em relação a um cônjuge ou filho que se recusa a mudar? De uma perspetiva espiritual, essas experiências podem ser entendidas como parte da disciplina de Deus, conforme descrito em Hebreus 12.
A palavra grega παιδεία (paideia), traduzida como “disciplina”, significa educação, nutrição e treinamento. Embora a disciplina e a correção não sejam agradáveis em si mesmas, quando vistas através da lente da providência de Deus, têm claramente um propósito e são, em última análise, benéficas. Deus disciplina-nos para que, como diz Hebreus 12:14, possamos crescer espiritualmente, viver em paz com todos e levar uma vida santa. Uma vida assim é essencial para ver o Senhor.
A disciplina é o instrumento de Deus para ensinar os Seus filhos amados. Sem ela, não seríamos considerados filhos de Deus, mas ilegítimos (Hebreus 12:8). A disciplina de Deus é uma prova do Seu amor por nós e é inerentemente benéfica. Podemos dar graças pelas coisas que nos são benéficas. O problema surge quando não conseguimos ver os benefícios da disciplina de Deus e, por isso, temos dificuldade em ser gratos. Deus usa a disciplina para nos refinar e moldar o nosso carácter.
Suportar esse refinamento requer paciência e perseverança. Durante esses momentos, devemos lembrar-nos de Filipenses 4:6: “Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em toda a situação, pela oração e súplica, com ação de graças, apresentai os vossos pedidos a Deus.” Dizem-nos para não nos preocuparmos porque, em última análise, as nossas vidas não estão sob o nosso controlo. Em retrospetiva, apercebemo-nos frequentemente: “Ainda bem que esperei pacientemente e não falei impulsivamente.” David reflecte esta sabedoria no Salmo 39:9: “Fiquei calado e não abri a boca, porque tu és o único que fez isto.”
Por isso, responder com gratidão mesmo àqueles a quem nos é impossível agradecer é o que distingue a Ação de Graças que Deus aceita. Esta ação de graças distingue-se da do mundo e é agradável ao Senhor. Em termos práticos, mesmo que tenha havido momentos de frustração entre cônjuges, pais e filhos, que o culto de Ação de Graças de hoje seja um momento para nos aproximarmos das nossas famílias, membros da igreja e irmãos e irmãs apenas com gratidão. Ao fazê-lo, que a nossa adoração seja aceitável para Deus.
Abençoo-o em nome do Senhor para que dê graças em todas as suas relações, para que a nossa Ação de Graças perante Deus seja digna e agradável a Ele.
Em terceiro lugar, o que é que Deus revela através da ação de graças?
“O que se vê não foi feito a partir do que é visível.” O Dia de Ação de Graças é um dia para reconhecer e dar graças a Deus pela dádiva da vida que nos foi concedida gratuitamente. Para além desta consciência, é também um dia para recordar e agradecer ao Senhor que deu o Seu corpo e sangue para salvar as nossas almas. Então, qual é a prova de que vivemos da participação no corpo e no sangue do Senhor? É que, dia após dia, Ele está em nós e nós estamos n’Ele, unidos como um só. Além disso, o Senhor derrama o Seu Espírito, permitindo que as nossas almas respirem e vivam através do Espírito Santo.
Tal como os nossos corpos físicos inspiram oxigénio e expiram dióxido de carbono, as nossas almas também respiram para viver. A respiração é a prova da vida. Se o corpo não consegue respirar, está morto, e da mesma forma, se a alma não consegue respirar, também está morta. Tal como a respiração física acontece naturalmente quando o corpo está vivo, a respiração espiritual ocorre sem esforço quando o espírito está vivo. O que é a respiração da alma? É sustentada pela habitação do Espírito Santo. Para que as nossas almas vivam, o Espírito Santo tem de nos encher continuamente. Inalar o Espírito Santo significa inerentemente exalar outra coisa. O que é que nós exalamos? É o espírito do mundo. No momento em que o Espírito Santo entra no nosso coração, o espírito do mundo é naturalmente expulso. Assim, a respiração da alma é a prova de que o nosso espírito está vivo, e aqueles que experimentam esta respiração sabem que a sua alma está viva.
Aqueles cujas almas respiram anseiam por uma Ação de Graças espiritual. Isto porque o Senhor permite que as nossas almas respirem a cada momento, concede a Sua Palavra que sai da Sua boca para o nosso crescimento espiritual e produz o fruto do Espírito nas nossas vidas. Por isso, no Dia de Ação de Graças, agradecemos a Deus pela Sua graça e também expressamos gratidão aos líderes espirituais que Deus usa como canais da Sua graça. Este ato de gratidão acaba por glorificar Deus, pois o Senhor disse aos Seus discípulos: “Quem vos ouve a vós, ouve-me a mim; quem vos recebe a vós, recebe-me a mim; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.” Que todos nós possamos hoje partilhar a alegria desta Ação de Graças espiritual!
Deus deseja que a nossa Ação de Graças inclua não só a gratidão visível, mas também a invisível, a Ação de Graças espiritual. Para celebrar verdadeiramente uma Ação de Graças espiritual, o Espírito Santo deve habitar nos nossos corações. Só aqueles em quem o Espírito Santo habita podem verdadeiramente oferecer uma ação de graças espiritual. Quem recebe o Espírito Santo? Aqueles que foram baptizados na fé.
Todos nós já fomos baptizados. Mas o que é o batismo? O batismo significa que o nosso velho eu morreu com Cristo na cruz e que, através da habitação do Espírito Santo, nos tornámos uma nova criatura. Aqueles que são baptizados são levados a fazer a confissão de Gálatas 2:20: “Fui crucificado com Cristo, e já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” Amém! No entanto, se alguém, apesar desta confissão, não sente a sua alma a respirar constantemente, é como se fosse uma criança por nascer dentro do ventre espiritual da igreja. No entanto, a seu tempo, tem de nascer. Uma criança recém-nascida tem de gritar para respirar pela primeira vez. Do mesmo modo, os bebés exprimem todas as suas necessidades – fome, cansaço, desconforto ou dor – através do choro. Embora o bebé não possa falar, a mãe compreende e satisfaz todas as suas necessidades.
Da mesma forma, Deus, que nos criou, já conhece as nossas necessidades antes de as pedirmos. Por isso, basta-nos clamar-lhe. Tal como um recém-nascido grita “Waaah!” e respira pela primeira vez, a nossa alma começa a respirar no momento em que gritamos diante de Deus. Deus tem prazer em assistir ao nosso nascimento espiritual. Pela minha experiência, e pelo testemunho de todos que conheci que nasceram de novo no Espírito, todos oraram com gritos altos e chorosos.
Para celebrar um Dia de Ação de Graças espiritual, temos de nascer de novo no Espírito Santo. Se, ao ler esta mensagem, sentir a necessidade de nascer de novo no Espírito, comece a orar agora. O Senhor vai certamente derramar o Seu Espírito sobre si. Clame: “Senhor!” em alta voz. Busque a presença do Espírito Santo com fervor, orando e chorando até que as lágrimas fluam do fundo da sua alma. Quando isso acontecer, a sua alma começará a respirar. Amém!
Agora, vamos concluir a mensagem.
O Dia de Ação de Graças não é apenas um momento para expressar gratidão pelas bênçãos materiais. Deus deseja que ultrapassemos as expressões visíveis de gratidão e entremos no reino da gratidão espiritual. Ao celebrarmos, lembremo-nos e agradeçamos a graça que sustenta as nossas vidas físicas – através do fornecimento de colheitas, oxigénio e água fresca – e o amor do nosso Senhor, que deu o Seu corpo e sangue para salvar as nossas almas.
Rezo para que o nosso Dia de Ação de Graças honre estas dádivas e seja um momento de profunda gratidão pelo sacrifício do Senhor. Só através da presença do Espírito Santo, que dá vida às nossas almas, é que podemos ter provas de ter nascido de novo. Este renascimento espiritual traz alegria e realização à nossa caminhada de fé. Como nascidos do Espírito, somos também chamados a exprimir a nossa gratidão aos nossos irmãos e irmãs, cumprindo a missão que nos foi confiada por Deus de levar os outros à salvação.
Hoje, ao reflectirmos sobre o verdadeiro significado do Dia de Ação de Graças, ofereçamos plena gratidão e glória a Deus. Deixe que as nossas vidas transbordem de Ação de Graças espiritual, tendo impacto nas nossas relações com os outros, e que a nossa gratidão traga, em última análise, glória a Deus.
Vamos agora rezar juntos. Todos, façam deste momento o vosso maior clamor ao Senhor. Durante um minuto, grite “Senhor!” com lágrimas e desespero. Obedeça a este apelo, pois é através desta entrega que nascerá de novo pelo Espírito Santo e experimentará uma vida de fé alegre e plena.
Oração
Pai gracioso e amoroso,
Damos-lhe graças, louvor e glória por nos ter feito nascer de novo através da igreja. Tal como um recém-nascido chora e começa a respirar, deixe que as nossas almas chorem como prova de terem nascido de novo. Que possamos chorar continuamente e respirar no Seu Espírito, sustentando a vida das nossas almas.
Hoje, oferecemos o nosso culto de Ação de Graças, procurando torná-lo aceitável para Vós, expressando primeiro a nossa gratidão para com os nossos irmãos e irmãs. Conceda-nos a coragem de o fazer. Agradecemos também as colheitas e os produtos que Vós tendes fornecido gratuitamente para o nosso sustento físico.
Além disso, agradecemo-Vos o corpo e o sangue de Nosso Senhor, que nos alimentam como o pão da vida e a água viva da vida eterna. Por isso, crescemos e produzimos o fruto abundante do Espírito. Que aqueles que nos vêem participem deste fruto e vivam com alegria, louvando-Vos, nosso Deus.
Em nome de Jesus Cristo, rezamos. Amém.